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BULLYING? O QUE É ISSO COMPANHEIRO?

8 de fev. de 2011

Professor Marcello Vargas


A sociedade atual é pluricultural e diversificada quanto a sua formação educacional fundamentada em uma era digital e veloz, cujos conceitos e valores mudam com a rapidez de bytes, gigabytes e megabytes. Inseridos nesse processo encontramos o sistema da educação formal fundamentado em preceitos e valores construídos nos ideais de moral e ética buscando a formação do cidadão de forma holística; que geralmente entra em contraponto com a rapidez da diversidade de valores da sociedade atual, ou até mesmo a diversidade de valores da família que está inserida neste contexto.
É notório que o maior desafio da educação formal, nos dias de hoje, não é simplesmente o desenvolvimento do potencial cognitivo e a construção de conhecimento bem como as variáveis externas que envolvem esse processo e sim a habilidade da resolução de conflitos para que esse processo atinja um nível de excelência aceitável. O educador que não estiver preparado para lidar com essas situações no processo educacional enfrentará muitas barreiras, as quais quando impostas podem refletir o seu sucesso profissional e até mesmo frustrações pessoais. Dentre as várias situações que envolvem esse contexto destacaremos nesse artigo uma de relevante importância :o bullying e as ações ocasionadas pelos alunos desafiadores. Conforme aluno a palavra inglesa Bullying ainda não tem uma tradução para o português, mas o termo poderia ser associado ao seu significado original “tirania, ameaça ou intimidação”, e, embora seja ainda pouco conhecida, refere-se a uma prática freqüente nas escolas mundiais.
O primeiro a relacionar a palavra ao fenômeno foi Dan Olweus, professor da Universidade de Noruega. Ao pesquisar as tendências suicidas entre adolescentes, Olweus descobriu que a maioria desses jovens tinha sofrido algum tipo de ameaça e que, portanto, bullying era um mal a ser combatido. Bullying são todas as formas de atitudes agressivas intencionais e repetitivas que ridicularizam o outro. Atitudes como comentários maldosos, apelidos ou gracinhas que caracterizam alguém, e outras formas que causam dor e angústia, e executados dentro de uma relação desigual de poder que são características essenciais que tornam possível a intimidação da vítima.O Bullying é um problema mundial, é encontrado em qualquer escola, não restringindo um tipo específico de instituição. O bullying começou a ser pesquisado há cerca de dez anos na Europa. Geralmente, os pais e a escola não davam muita atenção para o fato, que geralmente achavam as ofensas bobas demais para terem maiores consequências, o jovem recorria a uma medida desesperada, muitas vezes sem volta.
Após vários estudos de vários setores envolvidos com o processo educacional constatou-se a sala de aula e o horário do recreio como os locais de maior incidência desse tipo de violência. Contudo, como isso ocorre dentro de um ambiente educacional o qual se preza pela formação moral, social e cognitiva do principal produto do seu fim, o ser humano? Como os educandos se envolvem nesse processo?Conforme vários teóricos que abordam o comportamento do bullying os protagonistas são indivíduos que, na maioria das vezes ,não possuem empatia e, geralmente são fruto de um ambiente familiar desestruturado ,nos quais há carência de relacionamento afetivo. Os pais de um protagonista de bullying não possuem um acompanhamento eficiente ou possuem voz ativa sobre ele, alguns são tolerantes e permissivos apresentando solução para resolução de conflitos o comportamento agressivo, explosivo e excludente.
Acredita-se que praticantes de bullying têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais ou violentos, podendo, até mesmo, adotar atitudes delinquentes ou criminosas que manifestam-se de várias formas. Você já pensou que a corrupção e os corruptos podem surgir de um processo como esse? Já as vítimas ,geralmente, são pessoas ou grupos que são prejudicados ou que sofrem as consequências dos comportamentos de outros e que não têm autonomia e voz ativa ou , habilidades para reagir ou cessar as ações prejudiciais que são impostas. A vítima do bullying ,geralmente, tem um estereótipo constante ligado a traços de pouca sociabilidade, introspecção ,fragilidade física e são permeados de um forte sentimento de insegurança que os proporciona uma situação de impotência, impedindo-os de solicitar ajuda. São pessoas com uma auto-estima baixa ou sem esperanças quanto às possibilidades de aceitação em um grupo. A situação se agrava quando alguns creem que realmente são merecedores do que lhes é imposto. As vítimas do bullying têm poucos amigos, são passivos, inertes e não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos. Muitos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando a simular doenças. Trocam de colégio com frequência, ou abandonam os estudos. Há jovens que, por extrema depressão acabam tentando ou cometendo suicídio.
Note que o agressor também precisa cometer a ação de bulliyng por alguma compensação a ser suprida ,talvez pela carência familiar. No momento que um protagonista do bullying passa a atuar, ele torna-se o centro das atenções ganhando popularidade, reconhecimento e status em relação a uma vítima que lhe atinge psicologicamente pela sua maneira de ser e conviver. Para um ator do bullying sempre existe uma platéia ativa que o reforça. Não existe espetáculo sem platéia.
Quando falamos e escrevemos sobre bullying adentramos em um mundo pouco conhecido ,tanto para nós “leigos” ou profissionais envolvidos na área médica ou educacional , contudo já que sabemos um pouco dessa “gota” dentro do oceano meu principal objetivo e deixá-lo atento para esse fato. Professores, pais, alunos ,enfim , a comunidade escolar como um todo, devemos atentar para ocorrência de bullying e, sempre buscar ajuda para viabilizar situações e ações que erradiquem esses conflitos. Os pais são parte integrantes nessas ações e ,com certeza, nos seus momentos familiares detectam comentários dos filhos em relação aos colegas ou até mesmo percebem a mudança de comportamento das crianças quando sofrem bullying. Lembre! Todos nós somos responsáveis!
REFERÊNCIAS

BEAUDOIN,Marie Nathalie. Bullying e desrespeito:como acabar com essa cultura na escola.Porto Alegre:Artmed, 2006

FONTE: http://professormarcello.com